segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cortina e Persiana, de Angela Senra

Ele era silêncio.

Aliança na mão esquerda, nos olhos duas estrelas penduradas.


Todos os dias me cumprimentava com um toque frouxo no rosto. Eu tentava reter um dedo, um pedaço de braço, de ar. Quando se distraía, eu me encostava nele como uma cortina. Ele desviava se desculpando feito uma persiana.


Minha tia Helena diz que só se conhece um homem na cama.


Nunca seremos apresentados.

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